Seja para focar na carreira, nos estudos ou na busca por uma estabilidade financeira e emocional, cada vez mais mulheres estão optando por engravidar após os 40 anos.
Segundo uma pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), entre os anos 2000 e 2019, a proporção de mães que tinham de 30 a 39 anos passou de 26% para 39%. Enquanto isso, a parcela de mulheres que engravidaram com menos de 20 anos caiu quase pela metade, passando de 19% para 10%.
Essa é uma consequência natural da evolução da sociedade. Com a criação da pílula anticoncepcional na década de 1960, por exemplo, as mulheres passaram a ter mais liberdade e autonomia para escolher o melhor momento para engravidar.
A partir da década de 1970, elas também passaram a ter mais possibilidades, tanto em cursos de faculdade quanto no mercado de trabalho, para atuar em profissões que antes eram reservadas apenas para os homens.
Portanto, com mais perspectivas de desenvolvimento profissional e pessoal, é comum ver mulheres engravidando mais tarde. Mas uma gravidez após os 40 anos tem algumas particularidades que precisam ser levadas em conta em um planejamento de vida. Confira algumas das principais dúvidas sobre o assunto.
É possível engravidar naturalmente após os 40 anos?
É um pouco mais difícil, mas sim, é possível! Uma mulher de 40 anos tem 8% de chances de engravidar em um ciclo menstrual. Esse índice chega a 25% para uma mulher de 25 anos. Ou seja, é um processo que talvez leve mais tempo, mas totalmente viável.
Isso acontece porque toda mulher nasce com um número determinado de óvulos (cerca de 300 mil). Com o passar do tempo há uma morte celular programada e com isso o número de células reprodutoras vai diminuindo e a qualidade também diminui.
É por isso que a fertilidade feminina começa a cair depois dos 25 anos, com um declínio ainda mais significativo após os 35 anos.
Engravidar depois dos 40 traz riscos?
Uma gravidez após os 40 anos já é considerada de risco por alguns fatores.
O principal deles é o aumento significativo de desenvolver doenças que podem trazer complicações para a gestação, como:
- diabetes gestacional,
- pré- eclâmpsia
Já para o bebê, uma gravidez tardia traz mais chances de aborto espontâneo, nascimento prematuro e alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down.
Por isso, é essencial que a gestante com mais de 40 anos tenha um acompanhamento especial e individualizado.
Quais são os cuidados necessários em uma gravidez tardia?
O pré-natal de uma mulher com 40 anos é diferente de uma mais jovem. Logo, é ideal que a paciente já procure seu obstetra antes de engravidar.
Para garantir uma gestação saudável, é preciso fazer diversos exames de rotina (como o hemograma, dosagem de hormônios tireoidianos, tipagem sanguínea, etc) e uma avaliação clínica bastante completa para buscar possíveis doenças ocultas que a mulher possa ter.
Também é importante que a gestante tome ácido fólico, uma vitamina dos complexos B e D, que ajuda a prevenir alguns defeitos congênitos do bebê.
No geral, as consultas de uma mulher que decidiu engravidar após os 40 anos vão ser mais frequentes e serão necessários alguns exames mais específicos para que a gestação ocorra de forma mais tranquila.
Existe uma idade ideal para engravidar?
Hoje, do ponto de vista fisiológico, a faixa entre os 20 e 29 anos é considerada a ideal para engravidar.
Isso porque, antes disso, o aparelho reprodutor feminino não está totalmente desenvolvido. Depois, há a questão da diminuição progressiva da fertilidade.
Uma opção bastante interessante para quem decide postergar a gestação é o congelamento de óvulos. Assim, é possível fazer uma fertilização in vitro quando a mulher se sentir preparada para ser mãe.
Para isso, o ideal é congelar os óvulos até os 32 anos. Desse modo, mesmo que a paciente já tenha mais de 40 anos, do ponto de vista do bebê a gravidez vai ocorrer como se ela tivesse pouco mais que 30 anos.
Quais são os benefícios de ser mãe depois dos 40 anos?
Com os riscos controlados, existem muitos benefícios em engravidar após os 40 anos. Com mais maturidade emocional e experiência de vida, muitas mães conseguem curtir mais a gravidez e o bebê.
Além disso, um estudo da Sociedade Brasileira de Psicologia mostrou que as mamães mais experientes tendem a ter melhores condições sociais e financeiras para criar seus filhos, além de terem mais paciência, ponderação e tomarem menos atitudes impulsivas.
Independente da idade, a gestação é um momento incrível, e é muito importante que a paciente esteja amparada por profissionais que conduzam todo o processo de forma individualizada e humanizada.
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