Gestação de Alto Risco

Conheça os três fatores mais comuns para a gestação de alto risco: diabetes gestacional, hipertensão arterial e prematuridade.

A gestação de alto risco é aquela que tem mais chances de complicações para a saúde da mãe e do bebê, se comparada à média da população.

Atinge cerca de 10% das gravidezes. Mas vale lembrar que os fatores de risco são rapidamente identificados durante as consultas de Pré-natal . Por isso elas são tão importantes!

Existem situações que estão mais associadas a riscos durante a gravidez e o parto. Ao identificá-las, a equipe médica consegue manejar, orientar e tratar a gestante e o feto de forma a evitar complicações.

Os fatores mais comuns para a gestação de alto risco são: diabetes gestacional, hipertensão e prematuridade. Entenda o que são e como são tratados.

Hipertensão arterial

A pressão alta está associada a maiores riscos de complicações para mãe e bebê na gestação.

É considerada hipertensão arterial quanto a medição indica valores iguais ou acima de 140/90 mmHg, em duas medidas, com intervalo de 4 horas entre elas.

Incidência

A hipertensão arterial está associada a complicações em cerca de 7% a 10% das gestações. É o fator de risco mais comum para gravidez e é a principal causa de morte da mãe e do bebê.

A hipertensão arterial na gestação pode se manifestar de duas formas:

  • Hipertensão arterial crônica: pré-existente à gestação ou identificada antes da 20ª semana;
  • Hipertensão gestacional: presente após a 20ª semana de gestação em mulheres sem histórico de pressão alta

Pré-Eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é um tipo de aumento da pressão arterial que pode aparecer durante a gestação. É identificada por meio da detecção de proteína na urina.

É considerada a mais grave para mãe e bebê, pois pode evoluir para a eclâmpsia, que se caracteriza por uma série de convulsões ou coma. Essas crises podem ocorrer na gestação, durante o parto ou até no puerpério.

Fatores de risco

  • Primeira gestação
  • Gestação múltipla
  • Hipertensão crônica
  • Distúrbios vasculares
  • Diabetes
  • Idade acima de 35 anos ou abaixo de 17 anos
  • Histórico pessoal ou familiar de pré-eclâmpsia
  • Obesidade
  • Distúrbios trombóticos


Diagnóstico

A hipertensão é diagnosticada de forma bastante simples: por meio da medição frequente da pressão arterial.

A paciente é acompanhada durante toda a gestação para conferir se os rins estão funcionando bem e para verificar o crescimento do feto.


Tratamento

O tratamento da hipertensão arterial para gestantes, quando é pré-existente, é feito com limitação da atividade e uso de medicamentos.

No caso da hipertensão gestacional, como geralmente ocorre na 37ª semana de gravidez, não é feito o uso de medicação anti-hipertensiva. Se a pressão estiver muito elevada, é possível que a gestante tenha de ficar internada até o final da gravidez.

Diabetes Gestacional

Ter níveis elevados de açúcar no sangue pode ser bastante prejudicial para a gestante, o feto e a placenta. Por isso, a diabetes é um fator de alto risco para a gestação.

A diabetes gestacional está relacionada a situações adversas principalmente no período conhecido como perinatal, entre a 22ª semana de gravidez até 7 dias após o parto.

Incidência

No Brasil, a diabetes gestacional atinge 7,6% das gravidezes. É considerada uma das doenças mais comuns em gestantes.

Fatores de risco

  • Histórico familiar
  • Idade abaixo de 25 anos
  • Hipertensão arterial sistêmica
  • Obesidade (com IMC acima de 25 kg/m2)
  • Intolerância à glicose em gestação anterior
  • Ganho de peso excessivo da mãe e do feto
  • Líquido amniótico em excesso
  • Uso de medicamentos como corticoides, diuréticos tiazídicos, entre outros
  • Ovários policísticos
  • Histórico obstétrico: perda gestacional anterior, malformação fetal, hipoglicemia neonatal, entre outros.

Diagnóstico

Todas as mulheres grávidas devem fazer exames para detectar o diabetes gestacional.

Um deles é a glicemia de jejum, para medir o nível de açúcar no sangue. Se o resultado for acima de 85 mg/dL, é considerada diabetes mellitus gestacional.

Outro exame bastante conhecido é o Teste Oral de Tolerância à Glicose. Realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, usa 3 amostras de sangue. São colhidas em três momentos: jejum, 1 hora depois e 2 horas depois de ingerir um líquido açucarado.

Tratamento

Os cuidados da mãe com diabetes gestacional envolvem a atenção de obstetra, nutricionista, enfermeiro, psicólogo, entre outros.

O sucesso do tratamento depende da gestante – que precisa ter todo o apoio para cuidar de seus novos hábitos.

Basicamente, é preciso:

  • Ter uma dieta adequada, com orientação profissional;
  • Praticar atividade física, como caminhadas de 30 minutos de 3 a 5 vezes por semana;
  • Fazer uso de insulina: quando os níveis glicêmicos estiverem elevados.

Parto Prematuro

É considerado parto prematuro aquele que acontece antes da 37 semana de gestação.

Por não ter completado totalmente seu desenvolvimento, o bebê pode apresentar problemas graves de saúde.

Incidência

Afeta cerca de 10% dos nascimentos no mundo. Em países desenvolvidos, fica entre 5 a 8%, mas pode chegar a 20% em regiões mais desfavorecidas.

É motivo de bastante atenção dos profissionais de saúde, pois é uma taxa que se mantém alta nas últimas décadas.

Fatores de Risco

É difícil saber a causa exata da prematuridade, mas são conhecidos fatores de risco sociais, ginecológicos, obstétricos e intercorrências da gravidez. Alguns deles são:

  • Estresse
  • Desnutrição
  • Tabagismo, uso de drogas ou alcoolismo
  • Falta de higiene
  • Trabalhos desgastantes, sem repouso
  • Miomas e malformações
  • Parto prematuro anterior
  • Rotura de membrana, placenta baixa, infecções, sangramentos e outras ocorrências durante a gestação.

Diagnóstico

O trabalho de parto prematuro é identificado quando a gestante começa a ter os sintomas, como contrações uterinas regulares.

Para identificar as causas da prematuridade, são coletadas amostras para investigar possíveis infecções.

Tratamento

Em alguns casos, o obstetra apenas acompanha o andamento do trabalho de parto iniciado prematuramente.

Repouso e medicamentos podem ser indicados para estender ao máximo a gestação.

Se houver suspeita de infecção, pode ser necessário o uso de antibióticos.

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