Gestação gemelar: entenda os cuidados necessários

Gestação gemelar: entenda os cuidados necessários

Descobrir um bebê a caminho gera uma montanha-russa de emoções nas mamães. E no caso de uma gestação gemelar, a surpresa, o susto, as dúvidas e as preocupações chegam em dobro!

De fato, a gravidez de dois ou mais fetos tem algumas particularidades. A primeira delas é a forma como ela ocorre.

Sabe aqueles gêmeos que são idênticos e que a gente tem dificuldade de dizer qual é quem? Esses são os univitelinos, que foram formados através da mesma fecundação. Quando o espermatozoide entra no óvulo, eles formam uma célula chamada zigoto. Nesse caso, o zigoto se divide, gerando duas pessoas geneticamente iguais.

Mas também existem os gêmeos bivitelinos, que são bastante parecidos, mas não compartilham o mesmo DNA. Esses são formados quando a mãe libera dois óvulos ao mesmo tempo, que são fecundados por espermatozoides diferentes.

Nos últimos 40 anos, o número de gestações gemelares tem aumentado. Segundo uma pesquisa recente da revista Human Reproduction, a taxa global desse tipo de gravidez era de 9 a cada mil em 1980. Hoje, já são 12 a cada mil.

Se esse é o seu caso e você está esperando dois ou mais bebês, acompanhe este post para conhecer mais sobre os cuidados que a gestação gemelar exige e aproveitar cada fase desse momento único.

Riscos de uma gestação gemelar

A gestação gemelar é considerada de risco, mas, com um bom acompanhamento médico, é possível contornar grande maioria as complicações de gerar dois bebês ao mesmo tempo.

Para a mãe, existem mais chances de desenvolver pré-eclâmpsia (uma condição que eleva a pressão arterial), diabetes gestacional, anemia, placenta prévia e descolamento precoce da placenta.

Já para os bebês, o maior risco é o da prematuridade. Metade das gestantes que esperam por gêmeos dão à luz antes das 37 semanas. Desse percentual, a maioria nasce depois de 32 semanas e tem um bom desenvolvimento.

Mas, caso o parto aconteça antes de 32 semanas, existe mais risco, mais não tem relação com prematuridade e sim com a gestação gemelar, as malformações, já que vários órgãos ainda não estão totalmente maduros. Nesse caso, pode ser necessária uma internação em uma UTI neonatal, para ajudar os bebês a respirar, comer, combater infecções e se manterem aquecidos.

O risco de morte no útero também é quatro vezes maior em uma gestação gemelar. Por isso, é muito importante ter um bom acompanhamento pré-natal e seguir à risca as recomendações do seu médico.

O parto da gestação gemelar

Por apresentar mais riscos, muitas mulheres ficam em dúvida em relação ao parto de uma gravidez de gêmeos. Ao contrário da gestação única, em que é possível esperar que o bebê venha até as 41 semanas (dependendo do tipo de gestação devemos adiantar mais ou menos a data do parto), na gestação gemelar não é indicado ultrapassar 38 semanas, para diminuir possíveis complicações no nascimento.

Apesar disso, o parto normal não é contra indicado nessas situações, desde que esteja tudo bem com a mamãe e os bebês. Já a cesárea é indicada se:

  • os gêmeos têm uma única placenta e bolsa d’água,
  • a gestação é de mais de dois fetos,
  • existe algum comprometimento da vitalidade de um ou mais bebês,
  • o primeiro gêmeo está sentado ou atravessado no útero.

Cuidados durante a gravidez gemelar

Por ter mais riscos, a gestação gemelar precisa de alguns cuidados específicos para que a mamãe e os bebês passem por esse período de forma tranquila.

Primeiramente, é preciso que o pré-natal seja feito por um obstetra especialista em gestações de alto risco, já que serão necessários mais exames e um acompanhamento rigoroso, muitas vezes quinzenal.

Também é essencial seguir os cuidados comuns, como manter uma alimentação saudável e fazer exercícios físicos regularmente – desde que aprovados pelo médico.

Outra questão importante é ficar atenta a alguns sintomas que podem indicar complicações como parto prematuro ou pré-eclâmpsia, a exemplo de contrações, corrimento gelatinoso, sangramentos, perda de líquido, pressão alta e febre.

Além disso, não podemos esquecer da saúde mental. Um estudo da American Academy of Pediatrics mostrou que mães de gêmeos tiveram 43% mais chances de apresentar sintomas de depressão pós-parto.

Uma boa rede de apoio e um acompanhamento médico humanizado, que cuida da gestante de forma integral para que ela se sinta segura e amparada, podem fazer toda a diferença. Conte conosco nesse momento especial!

Dr. Jean Carl Silva - Obstetra Joinville

Dr. Jean Carl Silva - Ginecologista e Obstetra - CRM 5344 | RQE 1341

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