A incompetência istmo cervical é um medo de muitas mamães, já que é uma condição que causa aborto espontâneo no segundo trimestre da gestação.
Mas a boa notícia é que a doença é tratável e é possível, sim, engravidar, mesmo tendo essa condição!
Neste artigo, vamos desmistificar e tirar algumas dúvidas sobre o tema.
O que é a incompetência istmo cervical?
Em uma gravidez normal, o colo do útero só dilata a partir das contrações do útero, quando o trabalho de parto é iniciado. Mas algumas mulheres têm o tecido dessa região um pouco mais “fraco”.
Logo, a incompetência istmo cervical (também chamada de insuficiência istmo cervical – IIC), acontece quando o colo útero não tem “força” para segurar o bebê. Com isso, ele acaba dilatando e cedendo antes da hora, causando um parto prematuro.
Essa dilatação é indolor e muitas vezes as mulheres descobrem a condição apenas quando o colo já se encontra dilatado, num período entre 13 e 28 semanas de gestação. Mas, em alguns casos, a paciente pode apresentar alguns sintomas. Os principais deles são:
- pressão pélvica
- contrações sem dor
- sangramentos leves
- alterações no corrimento vaginal
- cólicas
- dores nas costas
Estima-se que a incompetência istmo cervical acometa cerca de 0,5% a 1% das mulheres. Esse índice sobe para 8% quando a paciente já tem histórico de aborto espontâneo no primeiro trimestre.
O que causa a IIC?
É bastante difícil precisar o que causa o enfraquecimento dos tecidos do colo de útero. Normalmente, a condição parece estar atrelada a defeitos congênitos relacionados à genética.
Algumas malformações, como o útero bicorno ou septado, são fatores de risco para a incompetência istmo cervical. Doenças que afetam a produção de colágeno também podem favorecer o aparecimento da doença.
Outra possibilidade para a IIC são sequelas de traumas na região do colo uterino, geralmente provenientes de procedimentos nesta região, como cirurgias e cauterizações.
Como é feito o diagnóstico?
Por ser uma doença silenciosa e difícil de diagnosticar, geralmente o problema é identificado com base no histórico da paciente. Se ela já tiver tido abortos espontâneos durante o segundo trimestre, por exemplo, o médico pode suspeitar de incompetência istmo cervical.
Outro fator que pode acender uma luz de alerta é a observação de uma dilatação precoce durante uma consulta de rotina. Nesses casos, é preciso fazer um ultrassom transvaginal, para checar as condições do colo do útero.
Por isso o acompanhamento pré-natal é tão importante. As consultas regulares podem ajudar a diagnosticar precocemente diversos problemas e doenças – e ajudar no tratamento mais eficaz para que mamãe e bebê sigam saudáveis durante toda a gestação.
Qual é o tratamento para a incopetência istmo cervical?
O tratamento para a IIC vai depender do diagnóstico e do tempo gestacional da paciente.
O principal tratamento, após a identificação do quadro de IIC, é a Cerclagem uterina. Procedimento realizado idealmente entre 13 e 16 semanas de gestação, porém em algumas situações pode ser realizado até o período de 24 semanas de gestação. A cirurgia é feita com anestesia e consiste em “costurar” o colo do útero para mantê-lo fechado.
É uma intervenção relativamente simples e a paciente costuma receber alta no mesmo dia. Podem surgir pequenos sangramentos, sensação de incômodo na região pélvica e cólicas.
Se não houver contrações de trabalho de parto, ruptura das membranas amnióticas ou sinais de infecção, a Cerclagem é retirada com 36 semanas.
Para as pacientes que, mesmo realizando a Cerclagem vaginal, ainda apresentarem parto abaixo de 34 semanas, a Cerclagem via abdominal é uma opção para a próxima gestação.
A incompetência istmo cervical causa uma gravidez de risco?
Infelizmente sim. Estima-se que a doença seja responsável por cerca de 16 a 20% dos abortos espontâneos no segundo trimestre de gestação.
Como a condição pode ser silenciosa e não apresentar sintomas, é extremamente importante ficar atenta aos sinais do seu corpo e fazer um bom acompanhamento de pré-natal.
Já no caso da paciente que já passou por abortos, a supervisão médica precisa ser ainda mais criteriosa. No caso de uma incompetência istmo cervical, o tratamento traz boas chances de que a gravidez transcorra sem mais problemas.
Mas, para isso, é preciso ter bastante cuidado e seguir à risca as orientações médicas. Ter uma equipe especializada e humana é ainda mais importante em situações como essa, e faz toda a diferença para que a gestante se sinta amparada e segura.
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