Não é novidade que o Brasil é um dos países com o maior número de cirurgias plásticas do mundo – inclusive, nós só ficamos atrás dos Estados Unidos. E um dos procedimentos que mais tem crescido no país é a cirurgia íntima.
Essa é uma intervenção que pode ser feita para modificar os grandes ou pequenos lábios da vagina, o púbis e o clitóris.
Mas, ainda que cada vez mais mulheres estejam optando pelo procedimento, o tema ainda é um pouco tabu e acaba gerando muitas dúvidas. Nesse post, vou desmistificar o assunto e contar mais sobre por que a cirurgia íntima pode ser extremamente benéfica para a paciente.
Primeiro passo da cirurgia íntima: a autoanálise
Ainda que existam muitas queixas de incômodos na região da vulva que atrapalham o bem-estar, não podemos negar que vivemos em uma sociedade que prega por um certo padrão de beleza – e isso inclui a região genital feminina.
Mas, em se tratando da vulva, esse padrão na verdade nem existe. Em um artigo publicado na revista BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynecology, a médica Anne Kreklau traça um perfil da vulva (a área externa da região, que inclui os pelos, os grandes e pequenos lábios), a vagina (canal interno que termina no útero) e o clitóris de 657 mulheres.
O resultado foi uma variedade tão grande de medidas que ficou impossível apontar um certo “estilo” de genitália como sendo a “normal”. Ou seja, o padrão é justamente que as mulheres tenham vulvas de todos os tipos, tamanhos e formas.
Por isso, antes de optar pela cirurgia íntima, vale fazer um exercício de autoanálise para entender se o incômodo na região vem de uma pressão estética (muitas vezes, de outras pessoas, como um parceiro) ou se é algo que realmente causa algum desconforto.
Quando a cirurgia íntima é indicada
Existem alguns casos que o médico pode indicar o procedimento, como quando a anatomia da vulva prejudica atividades rotineiras. Quando os pequenos lábios são muito grandes, por exemplo, eles podem acabar prejudicando a prática de exercícios físicos, a relação sexual, a urinação e até o uso de roupas íntimas e biquínis.
A cirurgia íntima também é indicada quando a estética da vulva incomoda a mulher a ponto de diminuir sua autoestima. Isso porque a operação pode corrigir a flacidez da área, cicatrizes, prolapsos genitais e uma maior ou menor sensibilidade clitoriana, aumentando a qualidade de vida da paciente.
Além da cirurgia, existem outros tratamentos dentro da ginecologia regenerativa que ajudam a restaurar a função e a anatomia da região genital.
Um deles é o laser íntimo, uma técnica não invasiva que estimula o rejuvenescimento da mucosa vaginal, auxiliando na recuperação da elasticidade, espessura e umidade da vagina. Também é possível fazer preenchimentos íntimos, tanto para casos estéticos quanto de condições como o vaginismo.
Muitas possibilidades, não é mesmo? Por isso, é essencial ter um profissional especializado para avaliar o seu caso, suas queixas e encontrar a melhor solução para o seu corpo.
Vou perder a sensibilidade na região?
Essa é uma das principais dúvidas e um dos maiores medos das pacientes que optam pela cirurgia íntima. A boa notícia é que não, a operação não tira a sensibilidade da região genital!
Independente da queixa, o procedimento é feito sem mexer na irrigação e na inervação do clitóris. Portanto, a mulher não perde as percepções nervosas da área.
A cirurgia pode, inclusive, interferir positivamente na vida sexual, já que a penetração fica mais fácil e a autoestima elevada.
A recuperação dói?
Como o procedimento é relativamente simples, a recuperação costuma ser bastante tranquila e sem dores. A região tende a ficar inchada, mas apenas nos 10 primeiros dias após a cirurgia.
Depois disso, a paciente já é liberada para fazer atividades físicas. Em relação aos cuidados, também são bem fáceis: é preciso evitar o uso de roupas apertadas, fazer uma boa higiene e se abster de relações sexuais por aproximadamente 21 dias.
Seu corpo, suas regras!
A cirurgia íntima, bem como os demais tratamentos para a região, é uma solução que interfere diretamente na saúde emocional, no relacionamento sexual e na qualidade de vida da paciente.
E quem melhor para entender do seu próprio corpo do que você mesma, não é? Portanto, converse bastante com o seu médico, entenda todas as suas opções e avalie qual é o melhor procedimento para o seu caso.
Melhorar a saúde íntima traz reflexos em todos os outros aspectos da sua vida. Se precisar de ajuda, estamos aqui para atender você!