9 mitos da amamentação que você precisa saber

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Amamentar é um ato estratégico, nutricional e cercado de amor. É um momento bastante sonhado e desejado por muitas mulheres, mas que pode ser bastante desafiador. Isso porque, além das próprias dificuldades da mamãe e do bebê, existem vários mitos da amamentação que deixam as gestantes bastante confusas.

Você já deve ter ouvido, por exemplo, que certos alimentos, como canjica ou leite de vaca, podem ajudar no aleitamento. Ou que mulheres com o bico do seio invertido não conseguem amamentar.

Neste post, vou esclarecer algumas das principais dúvidas que costumamos receber no consultório.

Meu leite pode ser fraco?

Não! Toda mulher produz leite com as quantidades necessárias das substâncias que o bebê precisa para se desenvolver.

Algumas mães podem acreditar nesse mito da amamentação por conta do líquido que sai no início da mamada, que costuma ser mais “ralo”. Mas isso acontece porque sua principal função é a de hidratar. Então, ele contém mais água, menos gordura e uma grande quantidade de vitaminas e sais minerais. Já o leite do fim da mamada é mais grosso e tem mais gordura, para ajudar a alimentar o neném.

 

O estresse e a ansiedade afetam na amamentação?

Infelizmente sim. Situações estressantes ou que afetem a saúde psicológica da mãe podem impactar no aleitamento. Em momentos de nervosismo, o corpo modifica seu sistema endócrino-imunológico, o que pode reduzir a produção de leite.

 

Tenho bico invertido, vou poder amamentar?

Esse é outro mito da amamentação. Ao contrário do que se pensa, os bebês precisam “abocanhar” a aréola do seio, e não o bico. A pega correta é a que o recém-nascido abre a boca com os lábios bem abertos e apoia o queixo na aréola inferior para sugar, não causando nenhum tipo de dor ou desconforto para a mãe.

Por isso, o tipo de mamilo não é um impeditivo para que a mulher amamente. Inclusive, se essa região fica machucada ou se o processo de alimentar o neném é muito doloroso, vale procurar ajuda.

 

Silicone ou cirurgia de redução de mama impedem a amamentação ou é mito?

Uma cirurgia mamária pode, sim, comprimir as glândulas mamárias e acabar afetando a produção e a saída do leite.

Mas, quando a operação é bem sucedida, dificilmente a mulher vai sentir dificuldade para amamentar. De qualquer forma, nenhum dos casos impede o aleitamento.

 

Preciso de horários fixos para a amamentação?

Não. Quando o bebê é alimentado em livre demanda, ele pode mamar na hora que quiser e quantas vezes quiser. Algumas crianças são mais rápidas, e levam de 5 a 10 minutos para se sentirem saciadas. Outras podem levar até 40 minutos. O ideal é que a mãe continue amamentando até que o neném perca o interesse.

Nos primeiros meses, é normal que essa amamentação seja feita com bastante frequência e sem regularidade.

 

Existem alimentos que aumentem a produção de leite?

Esse é um dos maiores mitos que envolvem a amamentação. Ainda hoje, muitas mulheres escutam que alguns alimentos, como canja, canjica, leite de vaca ou até cerveja preta podem ajudar a engrossar o leite.

Mas a verdade é que o que realmente afeta a produção do líquido é o próprio ato de amamentar. Além disso, uma alimentação balanceada e uma maior ingestão de água podem ajudar a manter a mamãe saudável e com energia para amamentar o bebê.

 

Preciso interromper a amamentação em caso de fissuras no seio?

Por mais que esse processo seja mais doloroso quando o peito está machucado, o ideal é não deixar de amamentar. Isso porque o leite acumulado pode acabar evoluindo para um quadro de empedramento ou até de mastite, quando há uma inflamação da glândula mamária.

Nesses casos, é importante investigar o motivo das fissuras. Normalmente, elas acontecem por conta de infecções, pega inadequada e até língua presa do bebê.

 

E se eu ficar doente?

No geral, poucos remédios são contraindicados em caso de amamentação. Mas é sempre essencial consultar o seu médico.

O aleitamento só não é indicado em casos de mães com HIV ou HTLV (um vírus que afeta as células de defesa do organismo). Já em casos de doenças como gripe ou Covid-19, é preciso tomar alguns cuidados – como o uso de máscaras e a higienização das mãos antes e depois de tocar no bebê.

 

Posso continuar amamentando após o sexto mês?

Sim! Mesmo depois da introdução alimentar, o leite segue sendo uma excelente fonte de nutrientes para o bebê. Inclusive, seguir com a amamentação após os seis primeiros meses reduz as probabilidades de adoecimento na infância, e ajuda na recuperação caso a criança fique doente.

 

Mitos da amamentação podem prejudicar mamãe e bebê

O leite materno é o alimento mais completo e saudável que o bebê pode receber. Natural e sem custo, ele ajuda a prevenir alergias, intolerâncias alimentares, provoca menos cólicas e ainda contribui para o desenvolvimento imunológico e cognitivo da criança.

Amamentar também ajuda as mamães, já que o ato protege a mulher contra o câncer de mama e de ovário, contribui para a volta do útero ao tamanho normal e diminui o sangramento no pós-parto. Inclusive, é bastante importante que a primeira mamada já aconteça nos primeiros momentos de vida do recém-nascido.

Além disso, esse é um momento muito especial, que proporciona memórias inesquecíveis de carinho, amor e fortalece os vínculos entre mãe e filho.

Portanto, os mitos da amamentação podem prejudicar muitas mulheres, que acabam perdendo essa oportunidade por conta da desinformação. Sempre que tiver dúvidas, converse com o seu médico!

E lembre-se: estamos aqui para ajudar você!

giorgio

Dr. Giórgio Conte Tondello

Ginecologista e Obstetra - CRM 25100 | RQE 21592

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