Então você tem diabetes gestacional! O que fazer?

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Agora você está se fazendo uma grande pergunta: Meu filho nascerá bem? Primeiro veio a notícia da gravidez, você ficou feliz por estar carregando uma criança dentro de si (prazer de gestar e de ser mãe), depois veio o diagnóstico.

Possuo diabetes gestacional, e agora? Dois pensamentos ficam em conflito diário: há a sensação de felicidade com a oportunidade de realizar o tratamento e a esperança de obter a cura da doença após o parto e também há o sofrimento, o impacto do diagnóstico, que causa tristeza e preocupação.

 

O que fazer então? Para garantir uma boa gestação, a mãe deve realizar:

 

  • Terapia nutricional. A terapia é individual e deve conter os nutrientes essenciais para o adequado desenvolvimento fetal. Você não deve engordar muito, deve ter um ganho de peso adequado;
  • Exercícios físicos. A prática regular de exercícios físicos causa sensação de bem-estar, diminui o ganho de peso, não deixa seu neném crescer demais, melhora o controle glicêmico e facilita o trabalho de parto. Mas atenção: pratique exercícios que não tenham alto risco de queda ou trauma abdominal e faça exercícios sob orientação;
  • Controle glicêmico. Nas consultas pré-natais você receberá o suporte para tal monitoramento. Agora é a hora de entrar em ações práticas que ajudem a cuidar da saúde materna e fetal. O cuidado de hoje garante um melhor nascimento amanhã. Mãos à obra!

Qual o tratamento para diabetes gestacional?

Após a identificação de DMG, o médico e sua equipe decidirão qual o melhor tratamento, a fim de minimizar os riscos para a gestante e o bebê.

O primeiro tratamento a ser iniciado é uma dieta fracionada e adequada, associada à atividade física regular. A gestante será incentivada à prática de exercícios físicos, desde que não haja contraindicações.

A maioria das gestantes consegue controlar sua glicemia apenas com a realização adequada dessa medida.

Os benefícios serão: redução e controle da glicemia, redução do ganho de peso materno excessivo e diminuição das malformações fetais. Pacientes sedentárias podem iniciar caminhadas regulares e/ou exercícios de flexão dos braços.

Pacientes que já praticavam atividade física podem continuar normalmente, desde que não sejam feitos exercícios de alto impacto.

As metas glicêmicas são:

  • glicemia de jejum entre 80-100 mg/dl;
  • glicose pós-prandial entre 120-140 mg/dl

Os alvos da glicemia dependem de vários fatores, entre eles: tamanho do bebê (medido pela circunferência abdominal fetal), idade gestacional e índice de massa corpórea (IMC) da gestante.

Caso a gestante não atinja os alvos da glicemia (jejum 80-100 mg/dl e 1 hora pós-prandial 120-140 mg/dl) apenas com dieta e exercícios físicos, será necessário iniciar a terapia medicamentosa.

Os medicamentos utilizados para o DMG são a insulina e os remédios orais, como a metformina. Para iniciar o tratamento com a insulina, não é preciso internação.

A gestante deverá ser instruída pela equipe multiprofissional acerca das técnicas de aplicação do medicamento. O controle da glicemia deverá ser feito pelo menos duas vezes ao dia pela própria paciente, por meio do hemoglicoteste.

Horários da aferição: ao acordar, uma hora após as refeições principais e às 3 horas da manhã (em caso de insulinoterapia). É ideal que a gestante faça anotações dos valores e os tenha sempre em mãos nas consultas médicas, pois assim é possível acompanhar a evolução do quadro e a resposta ao tratamento.

Além desses, há outros esquemas: fazer controle de glicemia pós-café da manhã ou realizar quatro medidas de glicemia por dia. A aferição da glicemia após o café da manhã é especialmente importante para avaliar uma possível hiperglicemia (glicose alta no sangue). Isso ocorre em resposta ao pico de hormônios contrarreguladores durante a madrugada, como o cortisol.

Já nos casos de hipoglicemia (glicose baixa no sangue), a gestante deverá ser orientada a ingerir um copo de leite desnatado e evitar alimentos açucarados

 

O tratamento para diabetes gestacional e você

Nas consultas médicas, você será orientada a seguir o tratamento que se encaixe melhor às suas condições clínicas.

Cada paciente possui particularidades, e o médico saberá orientar quais as medidas mais adequadas. Para isso, é importante que haja uma boa relação com a equipe de saúde que está lhe prestando auxílio.

Você deve discutir com o seu médico a melhor opção. Divergência de opiniões não é saudável. A cada consulta pré-natal tire todas as suas dúvidas sobre a doença e as orientações dadas para o tratamento.

Esteja atenta ao que o médico fala e anote aquilo que considerar mais importante. Se lembrar de alguma dúvida em casa, anote também e leve na próxima consulta. Quanto mais você se informar, melhor será a sua gestação, diminuindo, assim, os riscos de complicações. Tire suas dúvidas sobre alimentação, exercícios físicos e terapia com medicamentos, caso seja necessário.

A evolução para uma gestação saudável dependerá muito do seu esforço em seguir as medidas propostas e controlar os níveis de glicemia.

Lembre-se: quanto mais adequados seus níveis glicêmicos estiverem, haverá menos chances de complicações para seu bebê, sua hora do parto e sua saúde no futuro.

Se tiver mais dúvidas a respeito, deixe nos comentários, ou agende uma consulta.

Dr. Jean Carl Silva - Obstetra Joinville

Dr. Jean Carl Silva - Ginecologista e Obstetra - CRM 5344 | RQE 1341

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