A chegada da gestação é um momento especial na vida de uma mulher, repleto de expectativas e cuidados. Porém, em meio aos crescentes casos de dengue que assolam nosso país, é natural surgirem preocupações sobre os riscos que essa doença pode representar durante essa fase tão importante.
Neste artigo, iremos explorar os principais pontos relacionados à dengue na gestação. Vamos explicar quais são os riscos envolvidos e, mais importante, quais os cuidados que devem ser adotados para proteger tanto a saúde da mãe quanto a do bebê em desenvolvimento. Acompanhe até o final!
Entendendo a dengue
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que também pode transmitir outras doenças como a zika, chikungunya e febre-amarela. Ela é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil.
A transmissão ocorre quando uma pessoa é picada por um mosquito infectado e, posteriormente, o mosquito pica outra pessoa saudável, transmitindo o vírus. É importante ressaltar que a dengue não é uma doença contagiosa, ou seja, não é transmitida de pessoa para pessoa.
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. Os sinais mais comuns incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, dor de cabeça, fraqueza, fadiga intensa, náuseas e vômitos, além de manchas vermelhas na pele.
Impacto da dengue na gestação
A dengue representa riscos significativos tanto para a mulher grávida quanto para o bebê em desenvolvimento.
Para a saúde materna, a dengue pode levar a complicações graves, como a pré-eclâmpsia, uma condição caracterizada por pressão arterial elevada e danos aos órgãos, colocando em risco tanto a mãe quanto o bebê. Além disso, a infecção pode causar sangramentos, trombocitopenia (redução das plaquetas no sangue) e afetar o funcionamento dos órgãos.
No que diz respeito ao feto, acredita-se que o vírus possa atravessar a placenta e infectá-lo, aumentando o risco de complicações congênitas. Essas complicações podem incluir restrição de crescimento intrauterino, em que o bebê não se desenvolve adequadamente, resultando em um peso ao nascer abaixo do esperado.
Além disso, a dengue durante a gravidez também tem sido associada a um maior risco de parto prematuro, ou seja, o nascimento do bebê antes das 37 semanas de gestação. Os bebês nascidos prematuramente podem enfrentar uma série de desafios de saúde, como dificuldades respiratórias, imaturidade do sistema imunológico e problemas de desenvolvimento.
Prevenção da dengue na gestação
Para prevenir a infecção por dengue durante a gestação, é fundamental adotar medidas eficazes de proteção contra o mosquito Aedes aegypti. Aqui estão algumas orientações e precauções importantes a serem seguidas:
- Use repelentes adequados: Utilize repelentes de insetos registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que sejam seguros para uso durante a gravidez. Os repelentes à base de DEET, IR3535, icaridina ou óleo de eucalipto são opções recomendadas.
- Vista roupas protetoras: Opte por roupas que cubram a maioria do corpo, como calças compridas, blusas de manga longa e sapatos fechados.
- Proteja a casa: Elimine os possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti ao redor da sua residência. Verifique regularmente se há água parada em recipientes, como vasos de plantas, baldes, pneus, garrafas e calhas. Mantenha-os sempre limpos e secos.
- Instale telas de proteção: Coloque telas em janelas e portas para evitar que os mosquitos entrem em casa.
- Informe-se e compartilhe informações: Mantenha-se atualizada sobre as condições locais da dengue e as orientações das autoridades de saúde. Compartilhe as informações com familiares, amigos e vizinhos para conscientizar sobre a importância da prevenção.
A prevenção é a chave para evitar a infecção por dengue durante a gestação. Ao adotar essas medidas de proteção, você cuidará da sua saúde e do bem-estar do seu bebê.
Sinais de alerta e ação em casos de dengue na gestação
Durante a gestação, é importante estar atenta aos sinais de alerta da dengue, que podem indicar uma forma mais grave da doença. Caso você apresente algum desses sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato. Os principais sinais de alerta da dengue incluem:
- Febre persistente: Uma febre que dura mais de dois dias ou que se agrava pode ser um sinal de alerta. É importante medir a temperatura regularmente e procurar ajuda médica se a febre não diminuir ou se agravar.
- Dores intensas no abdômen: Se você sentir dores abdominais intensas e contínuas, especialmente no lado direito, isso pode indicar uma complicação grave da dengue chamada de síndrome de hiperestímulo ovariano. Essa condição requer atenção médica imediata.
- Vômitos persistentes: Se você estiver com vômitos frequentes e não conseguir reter alimentos ou líquidos, isso pode levar à desidratação. É importante buscar ajuda médica para reidratação adequada.
- Sangramento: Qualquer tipo de sangramento anormal, como sangramento nasal intenso, sangue nas fezes, urina com sangue ou sangramento vaginal fora do período menstrual, requer atenção médica urgente.
- Dificuldade respiratória: Se você estiver com falta de ar ou dificuldade para respirar, isso pode indicar uma complicação grave da dengue, como edema pulmonar. Procure assistência médica imediatamente.
- Mudanças no movimento fetal: Caso perceba uma diminuição significativa dos movimentos do bebê ou qualquer alteração incomum, entre em contato com seu médico imediatamente. Essa observação é essencial para garantir o bem-estar do bebê.
É importante ressaltar que esses sinais de alerta podem indicar uma forma grave da dengue, que requer atendimento médico imediato. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações e garantir a recuperação adequada.
A importância do acompanhamento médico
Ao realizar o acompanhamento pré-natal, a gestante terá a oportunidade de monitorar sua saúde e a do bebê de forma contínua.
Em caso de dengue na gestação, é ainda mais importante contar com um obstetra especializado em gestação de risco. Esse profissional possui o conhecimento e a experiência necessários para lidar com os desafios que a dengue pode apresentar durante a gravidez.
Um obstetra especializado também desempenha um papel fundamental no diagnóstico precoce e no tratamento adequado da dengue durante a gravidez. Ele estará atento aos sintomas e às complicações potenciais da doença, podendo intervir rapidamente para controlar a infecção e proteger a saúde da gestante e do bebê.
Lidar com a preocupação e a ansiedade relacionadas à dengue durante a gestação pode ser desafiador. O médico estará preparado para oferecer suporte emocional, tranquilizar a gestante e fornecer informações claras e embasadas, contribuindo para uma experiência mais tranquila e segura.
Conluindo
Portanto, é crucial que as mulheres grávidas estejam cientes dos riscos que a dengue pode representar durante a gestação e tomem todas as precauções necessárias para evitar a infecção.
O acompanhamento pré-natal regular com um obstetra especializado em gestação de risco é essencial para monitorar a saúde da mãe e do bebê, além de fornecer orientações específicas e um plano de ação caso haja suspeita ou confirmação da infecção por dengue.
A prevenção é a melhor forma de proteger a saúde da gestante e garantir um desenvolvimento saudável para o bebê.